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Marcas de Moda Lutam pela Descarbonização

Relatório da Stand.earth revela dependência contínua de combustíveis fósseis na indústria da moda

A organização ambiental Stand.earth revelou que as marcas de moda ainda dependem significativamente de combustíveis fósseis para produzir seus artigos. O estudo “2024 Clean Energy Close Up” analisou o progresso de 11 marcas globais na redução de emissões e na transição para energias renováveis. Entre as marcas analisadas estão H&M, Puma e Levi’s, que têm avançado, enquanto a Shein aumentou suas emissões em quase 50% em um ano.

O relatório mede o desempenho das marcas em relação à eliminação de combustíveis fósseis até 2030, utilizando dados públicos de suas cadeias de suprimentos. Das 11 marcas avaliadas, a maioria obteve menos de 25 pontos em 100, indicando uma alarmante falta de progresso. Levi’s, Puma e H&M são as únicas marcas que estão no caminho de reduzir suas emissões industriais em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 2018.

Por outro lado, Lululemon, Fast Retailing (proprietária da Uniqlo) e Shein receberam as pontuações mais baixas. A Shein, em particular, obteve apenas 2,5 pontos e aumentou suas emissões absolutas em quase 50% em um ano, sendo atualmente mais poluente que o Paraguai. Esse crescimento ameaça minar o progresso de descarbonização das marcas tradicionais, segundo a Stand.earth.

A organização também acusa algumas marcas de práticas de greenwashing, especialmente a Lululemon. Rachel Kitchin, ativista corporativa sênior pelo clima na Stand.earth, afirma que, embora haja avanços, estes estão sendo minados pela poluição da ultra fast fashion e pelo greenwashing. Kitchin destaca a necessidade de que as marcas liderem eliminando rapidamente os combustíveis fósseis e investindo em soluções de energia renovável.

O relatório menciona alguns avanços, como a Puma, que reportou um aumento significativo no uso de energia limpa, com 27,4% do seu consumo de eletricidade proveniente de energias renováveis. A H&M também começou a subsidiar seus fornecedores para a descarbonização através da instalação de painéis solares. No entanto, ainda não divulgou completamente seu progresso na eliminação de combustíveis fósseis.

O relatório é acompanhado pelo “Fashion Supply Chain Map”, uma ferramenta interativa que permite explorar as relações entre marcas e fornecedores, destacando a ambição extrema em comparação com a implementação real.

Kitchin conclui que os fabricantes estão sendo responsabilizados injustamente pela poluição, enquanto as marcas obtêm benefícios a distância. As marcas devem financiar a transição para energias renováveis em suas cadeias de suprimentos e ser mais transparentes sobre seus fornecedores e localizações.

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